Órfão
Órfão Anderson de Oliveira Ribeiro 22/04/2020 Foi assim, no fim da tarde do dia 15/04/2022 e quase no fim de uma pandemia que sou arrebanhado pelo turbilhão caótico da vida. Meu pai faleceu! Sim, aquela figura imortal, dura, inflexível e poderosa da minha infância se foi. Faz algum tempo que trabalho em um poema: Em uma parte mensurável do tempo me odeio. No que me resta de tempo me sobra culpa do odiar. Culpo a incapacidade de ser capaz. Cansado de ser, dou volta em torno mim, buscando o fim do começo. ... A exaustão de saber que a saída do casulo é uma trajetória diferente para o mesmo ponto. Basta... Quero uma pele não um avatar... Basta... Como esse sentimento faz sentido hoje e fará por muito tempo! A exatos 1.484 dias perdi minha energia de motivação, meu colo acolhedor, minha mãe ! Nesta estranha tarde de abril eu perdi minha força, meu brio, minha coragem, meu pai. As palavras, tragicamente, não eram nosso forte. Não só as palavras, os sentimentos! ...